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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

'Eles testaram a força do Twitter', diz diretor de colégio que sofreu protesto

Para Chico Sedrez, movimento de alunos na rede social é legítimo.
Estudantes de escola protestaram no Twitter contra preços de cantina.


Alunos protestam no Twitter contra aumento dos preços de cantina (Foto: Reprodução)O tópico #abaixoacalu era um dos termos mais
comentados nesta quarta-feira (Foto: Reprodução)
Um protesto contra o aumento nos preços dos alimentos em uma cantina de um colégio em São Paulo tomou proporções nacionais graças ao Twitter. Na terça-feira (15) à noite, alunos do Colégio Marista Arquidiocesano, na zona sul da capital paulista, começaram uma manifestação ao espalhar pelo microblog o tópico #abaixoacalu.
“Desde o primeiro dia de aula, ficamos indignados com os altos preços da cantina”, explicou Gabriela Meyer Torres, de 17 anos, estudante da 3ª série do Ensino Médio. A Cantina Calu é terceirizada pela escola há cerca de 14 anos.
Nesta quarta-feira (16) pela manhã, o tópico apareceu na terceira posição entre os termos mais comentados no Twitter no Brasil, o que chamou a atenção de usuários de fora do colégio. "Não imaginávamos que uma rede social traria tanta repercussão”, disse a aluna Paula Ragazzi Pauli. Segundo ela, a intenção dos jovens era fazer um protesto silencioso. "Eles testaram a força das redes sociais e viram que dá certo”, disse Chico Sedrez, diretor educacional do Colégio Arquidiocesano.
Como parte da manifestação, os alunos levaram lanche de casa nesta quarta-feira (16) para que a cantina ficasse vazia na hora do intervalo. "Os preços, que já eram caros em 2010, ficaram ainda 'piores'. O pão de queijo está muito caro. Hoje, ele é vendido a R$ 2,30. Se eu vou em uma padaria, eu consigo comprar por R$ 1", disse Beatriz Falcão, de 15 anos.
"As pichações que víamos nos banheiros estão migrando para as redes sociais"
Chico Sedrez, diretor do Colégio Arquidiocesano
“O universo de comparação deles são botecos. Mesmo assim, acredito que o movimento é legítimo”, disse Sedrez. Ele contou que a cantina praticou o aumento da inflação sofrido pelos alimentos. "No entanto, pedimos para que eles checassem a planilha de preços para ver se não há nenhuma discrepância”, completou.
O diretor afirmou que as pichações feitas antigamente nos banheiros dos colégios estão migrando para as redes sociais. “Mas tanto a pichação como o Twitter exigem que a gente tenha consciência das consequências", disse Sedrez.
Para ele, esse episódio servirá para que o colégio e as famílias aprendam a lidar com as redes sociais. "Hoje, uma aluna me disse que não podemos esquecer do direito de expressão. Porém, temos que nos expressar com responsabilidade, e é isso que vamos tentar passar para eles agora", completou.
O G1 entrou em contato com a Cantina Calu, que não quis divulgar nenhuma declaração sobre o caso.

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