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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Um pouco mais sobre hacking journalism

Um pouco mais sobre hacking journalism

Spam? Vírus? Roubo de dados? Não é alguma coisa por aí que caracteriza um hacker?

Não.

São pessoas que inventam, modificam ou recombinam as coisas para conseguir um resultado diferente do originalmente projetado, conforme definido por @PedroValente (gerente de produtos Yahoo! ) – que participou de um debate no #cpbr4 sobre democratização de dados públicos junto com @MarthaGabriel, engenheira doutoranda e autora de livros de marketing digital; @DanielFilho, desenvolvedor e programador destaque do Yahoo Hack Day 2010; e @DanielaBSilva, diretora da Esfera; @MCoutinho, Doutor em Sociologia e diretor do IBOPE Inteligência).
Ok. E onde entra o jornalismo? No momento em que o material de trabalho passa por informações de interesse público.
O jornalismo, aliado ao desenvolvimento de softwares para agrupamento de material disponível em bancos de dados abertos, multiplica as possibilidades de análises baseadas em números, quando cruzamos um grande volume de informações. Hmmm… agora sim ficou interessante, não é?

Embora nosso país seja campeão quando o assunto é legislação e mobilização da população neste sentido (veja o exemplo do @MarcoCivil), extrair dados públicos abertos – muitas vezes disponíveis de um modo que dificulta a sua captação – requer um bom esforço por parte dos desenvolvedores.
Os volumes são enormes e os dados brutos; ou seja, é preciso ter muito cuidado no cruzamento de informações. O problema é conseguir comparar estatísticamente para revelar uma informação verídica. Infelizmente não há processo ou método de compilação, o que restringe o cruzamento direto de dados de procedências distintas. Sobre isso tudo, Daniel Filho – que é desta praia – disse que dá um trabalho do cão!
Mais do que captar dados públicos para uso inteligente, é preciso mostrá-los de maneira inteligível, obter a visualização dos dados com interfaces amigáveis e tornar mais fácil a interação (se não, vira código de programação em teclado japonês). Daniel deu o exemplo do pessoal do The New York Times, que cedem as informações deles e criam infográficos com um design muito legal.
Contra números não há argumentos. E se os dados abertos pertencerem à própria instituição, ao publicar ela estará confirmando a procedência deles. Mas esta também é uma questão de subjetividade. Pelo menos agora podemos olhar as informações e tirar nossas próprias conclusões – algo que não acontecia – ao invés de ter a opção única de acreditar na interpretação de outros.

Para finalizar o post, mas não a esperança – segundo Daniela Silva, já existem instituições trabalhando na abertura de dados públicos. O Tribunal de Contas dos municípios do Ceará já fornece tais informações de modo completamente aberto. O Governo acaba de relançar um site com dados abertos.  Além disso, há um projeto de lei que está indo para aprovação do senado sobre disponibilização de informações. Oba! ;)

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